
De mãos vazias
Mas estendidas ao mundo
Vagueia pelas ruas
Um olhar,
Um silêncio vagabundo
Que se mostra clandestino
Perdido na penumbra
Como se andasse sem destino.
Temido pelo tempo
Entre um passado vivido
E um futuro talvez esquecido
Este olhar,
Embora um pouco desajeitado
Não é alheio à miragem
De ver o céu estrelado
E de com ele seguir viagem.
Um olhar
Que hoje é meu
Amanhã poderá ser o teu
De mãos vazias
Mas abertas a cada acordar
Onde nasce sempre um novo olhar…