Sentado no banco de jardim
De olhar triste e sombrio
Semblante magoado
Em quietude ignorado
Pela vastidão dos rostos
Que seguem na multidão.
Embebido em silêncio
Por um corpo repousado
Cansado do cansaço
Entre o vazio acumulado
De andar de banco em banco
Sozinho e arrastado.
Aprendeu a moldar os gestos
Para não ferir quem o possa ver
Gasta as horas que cobrem os dias
No aconchego da memória
Refúgio onde correm as lágrimas
E o levam à nascente da sua história.
Prende-se à corrente dos outros
Acrescenta-se com tudo o que vê
Alimenta-se com o viver da gente
Dá um jeito às dores que sente
Deixa-se ir com o pensamento
Até chegar o seu momento.