De repente o olhar fica vazio
Mudo
Tudo é pálido e sem cor
O sorriso fica fechado
Sisudo
Opaco e sem valor
Em redor tudo desaparece
Não há gente
Não há como seguir em frente
Até o tempo parece que parou
Confuso
O que será que mudou?
Há momentos que tudo cansa
Até o próprio descanso
Tantas vezes fujo da agitação
Ansiando o sossego
O repouso da mente
O libertar da razão
Mas tudo muda rapidamente
Volta o desassossego
A azafama da multidão
Não há como seguir em frente
Tanta é a confusão.
Também não sei se quero ir
Nem tão pouco se quero ficar
O corpo está do avesso
Sinto a alma a doer
O coração a esmorecer
Já nem sei se me conheço
Se é na quietude que me aborreço
Ou no receio de a perder.