… Entre fios …

Não sei se são viagens

Estes percursos que faço

Ou se são paragens

Momentos que desfaço

Ao tricotar pensamentos,

Criando, por vezes, um emaranhado de fios

Que se fixam na memória

Numa teia que bloqueia

Não só a passagem da luz

Como afastam o silêncio

Esse ponto que nos conduz

Vivos pela vida.




Não sei se são viagens que faço

Por todos os momentos que passo,

Mas neste costurar de pensamentos

Há sempre fios que se soltam

Talvez sejam atalhos

A unir a razão e a emoção

Ou simplesmente pontos de abrigo

Para albergar o coração.

Procuro o tempo

Procuro o vagar

O soar lento do tempo

O respirar pausado

Eliminado de fadiga.

…Procuro o vagar

Para não ter de correr de mim

Nem deixar fugir a vida antes do fim.

…Procuro o tempo devagar

Para não sentir os dias cansados

E não seguir por caminhos apressados.

…Procuro devagar…

Somos Primavera!

Tão doce é o silêncio que traz a Primavera

No canto dos pássaros pela madrugada

São tantas as cores que brotam da terra

Que os dias nascem coloridos

Confiantes para colher vida

Neste renascer simplesmente a acontecer…

Somos Primavera!

Voltar ao caminho

Nem sempre há luz

Mas nem tudo é escuridão

Há sempre uma linha

A estender o tempo

A enraizar a vida

E, ainda que o silêncio

Soe a solidão,

Há sempre um gesto

Que nos faz voltar ao caminho

E nos despe a pele da desilusão.

Este meu jeito de Ser

Persegue-me este meu jeito

Que se esconde e se mostra

Sorri sem preconceito

Respeitando este meu modo de ser

Imperfeito mais que perfeito

Que segue sempre comigo

Inteiro,

Desde o amanhecer até ao entardecer.

E no espaço que sobra em mim

Escuto e escrevo silêncios

Que me saem do peito

E assim toco na vida

Inspiro a felicidade para dentro de mim

Vestida com este meu jeito

…Este meu jeito de ser, Mulher…

Comemorando-se hoje o dia Internacional da Mulher, senti vontade de voltar a partilhar este poema e aproveitar para desejar a todas as mulheres um dia feliz.

O que será?

Será a madrugada a inocência das noites

Ou o ventre onde habita a paixão

E alimenta o pernoitar dos desejos

Que se desnudam

Na luz clandestina

Onde o amor se prende à vida

E os corpos se libertam

Até o dia voltar a nascer.

Será a madrugada

Ou o amor simplesmente a acontecer?